Uma noite no aeroporto de Santiago com crianças (e um review da LATAM América do Sul)

A gente tinha um vôo cedinho e quis economizar uma noite de hotel ficando no aeroporto. O único problema é que a gente tem quatro filhos. Clique para ver como foi!

Um pin prontinho para facilitar um pouco a vida!

O nosso vôo era às 6 da manhã. Nosso costume é o de dormir no hotel na noite que antecede o vôo. Dessa vez, a gente teria que acordar às 3 da manhã, no máximo, para estar no aeroporto às 4. Pensamos, então, que deveríamos tentar passar a noite no aeroporto. Tem as salas VIP, aonde daria até pra dormir confortavelmente por algumas horas. Era um plano tão bom, ainda economizando dinheiro do hotel e tendo menos trabalho de manhã.

O check-out do apartamento de Viña del Mar (Chile) era ao meio dia. A gente tinha a passagem de ônibus para Santiago à 1:45 da tarde. Da rodoviária de Santiago, pegaríamos mais um ônibus até o aeroporto. Planejamos chegar no aerporto umas 4 da tarde. Entramos em contato com a LATAM Chile para perguntar se poderia deixar a mala com eles mais de 12 horas antes do vôo e eles responderam que, desde que a gente fizesse o check-in online antes, sem problemas. Que a gente não teria problema nenhum em entrar e esperar na área de embarque desde que a gente tivesse as passagens. No site da sala VIP do aeroporto, falava que custava $43/pessoa por dia. Não é barato, mas era mais barato que o hotel e ainda nos comprava algumas horas a mais de descanso.

Fizemos o check-in online e deixamos Viña.

Chegamos no aeroporto um pouco depois das 4 da tarde, como planejado, e fomos entregar a mala. Primeiro problema: eles não queriam aceitar. Diziam que não e ponto, a entrega da mala só pode acontecer 3-4 horas antes do vôo. . Uma gerente veio e disse que não podia fazer nada, até porque ela não entende inglês (e os e-mails estavam em inglês). Ficamos insistindo um tempão até ela dizer que, apesar da pessoa no e-mail ter dito que sim, isso não queria dizer nada. E a gente estava ficando bravo. Ela chamou outra gerente. Angelo falou com ela por uma meia hora até ela resolver aceitar ficar com a droga da mala. Ficamos uma hora lá brigando com eles.

A gente ainda tinha 13 horas até o vôo.

sleeping airport

Foi assim que eles dormiram – desconfortável, mas era o que tinha

Mala despachada – eu tinha certeza que ela não ia chegar em La Paz (Bolivia) com a gente. Fomos para a zona de embarque. A moça escaneando as passagens olhou por um momento extra as nossas passagens mas deixou que a gente entrasse. O raio-X foi rápido, eles nem deixaram que a gente tirasse os computadores da mochila. Fomos para a polícia de imigração. O policial olhou nossas passagens e falou que ainda faltavam mais de 12 horas pro vôo. Concordamos, ainda faltavam 12 horas e meia. Ele falou que não, a gente não podia entrar faltando mais de 12 horas pro vôo. Mas aí resolveu ir perguntar pra alguém antes de nos mandar embora.

Naquele momento, a gente estava tão cansado que só queria sentar e tomar um chá quentinho (eu queria chá, né. O Angelo queria café e as crianças queriam suco).

O policial voltou e deixou a gente passar, mas só dessa vez, porque um vôo só é confirmado 12 horas antes da hora marcada. Agradecemos e entramos.

Achamos que não poderia ser mais difícil, mas claro que poderia.

Vimos um restaurante Johnny Rockets e fomos tomar um milk shake. Pedimos um pra cada e 2 porções de batata frita. Era nosso almoço, afinal. O Zé tomou o dele e começou a passar mal. Depois de soltar tudo, ficou melhor, mas demorou.

Aí a sala maledeta do aeroporto disse que custava $50/pessoa e só por 6 horas. Qualquer 15 minutos a mais e seriam cobradas 12 horas ($600 no total pra gente, que queria ficar 12 horas). Perguntamos do preço do site e eles disseram que estava errado e era isso. Fomos à outra sala e disseram a mesma coisa (apesar do preço ser menor).

E aí foi a gota d’água. A gente estava cansado e frustrado, o Zé estava, além de tudo, enjoado. Resolvemos sentar perto das tomadas e ficar lá mesmo. O Angelo foi comprar Coca-Cola (é o melhor remédio para enjôos) e decidiu sair por aí procurando outros salões VIP. A gente queria um porque tem internet melhor (importante), comida e bebida. E assentos mais confortáveis, que é super importante quando temos muito tempo.

Ele encontrou outros, mas eles fechavam durante a noite (apesar de dizerem ser 24/7 no site).

Por sorte, foi só isso. Simplesmente estacionamos ali, usamos a internet grátis do aeroporto, e descansamos.

boarding time santiago airport

As pobres crianças logo que acordaram, pouco antes da hora de embarque

As crianças acabaram tirando um cochilo nos assentos (ainda bem que o aeroporto estava vazio àquela hora da madrugada). Estava frio, mas dava pra manejar – as crianças voam com todas as roupas deles na mochila de mão. A música estava super alta e irritante. Eram as mesmas 20-30 músicas tocando repetidamente, e eu tenho quase certeza que era um disco do Glee. Depois da segunda rodada, não foi nem engraçado mais.

A sorte é que a gente tinha muito trabalho pra fazer, decisões pra tomar, e coisas pra conversar que a gente não queria que as crianças ouvissem ainda (e a música estava alta, eles estavam dormindo, foi tranquilo).

Foi nosso terceiro vôo LATAM América do Sul em 3 meses (BrasilUruguai, Uruguai-Chile e Chile-Bolívia). Foram todos a mesma coisa, já que os vôos eram curtos, de 2-3 horas, em aviões simples. No nosso primeiro vôo, o botão de reclinar a cadeira do meu assento estava afundado dentro do buraco – estava perdido lá dentro do buraco, mesmo, impossível de encontrar. Mas apesar de pequenos problemas como esse, nada demais. Os assentos não eram os mais confortáveis, nem o atendimento, nem a comida, mas eu não espero nada excelente de companhias aéreas, sinceramente. Só no último vôo a Coral recebeu um livrinho de atividades.

Os vôos foram os mais baratos, e por isso compramos. Eles fizeram o combinado de nos levar do ponto A ao B, mas eles precisam muito melhorar no atendimento. As informações que eles passam precisam ser corretas (a gente até entrou em contato com o atendimento online lá do aeroporto e eles disseram que o e-mail não contava, que o que o pessoal do aeroporto dizia era o certo). E os atendentes precisam ser mais respeitosos. A gente encarou desinformação, indiferença, falta de educação e até sarcasmo enquanto estávamos despachando a mala.

MAS, para a minha surpresa, a mala chegou em La Paz com a gente – incrivelmente imunda, mas intacta!

Apesar de tudo ter dado certo no final, não é uma experiência que queremos repetir.

Então, se você pretende voar LATAM, não tente nada fora do normal porque eles não estão dispostos a ajudar. Se não tiver problemas com isso, não foi a pior companhia que a gente usou.

Qual foi o pior vôo da sua vida?

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4 respostas

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  1. […] tivemos aquela noite horrorosa no aeroporto. Eu queria muito voltar pro Chile pra ver o Atacama e a Patagônia, mas não sei se quero mais. É […]

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