Salar de Uyuni, Bolívia, com crianças

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Salar de Uyuni, Bolivia, com crianças? Veja como foi!

Um dos meus destinos dos sonhos era o Salar da Bolívia. Depois de pular o Atacama e a Patagônia no Chile, isso eu NÃO ia perder. Estou tão feliz que a gente conseguiu ir! Foi uma das melhores aventuras de todos os tempos!

Visitamos em março de 2017.

Vamos começar pelo comecinho – e se prepare para um post enorme aqui.

– recebemos descontos do Tickets Bolivia e Hotel de Sal Sumaj Rijchariy, mas as opiniões são 100% nossas –

A gente entrou em contato com o Tickets Bolivia para perguntar da viagem entre La Paz e Uyuni e eles responderam muito rápido (o que é muito raro na Bolivia). A gente tinha milhões de perguntas e eles responderam sempre rápido e profissionalmente, então decidimos comprar com eles. A gente queria ir de La Paz a Oruro de ônibus (porque não tem trem saindo de La Paz) e depois, de trem de Oruro a Uyuni. Eles nos ofereceram um preço bom e um atendimento ótimo que valeu a pena.

O caminho para Uyuni

uyuni bolivia

A parte seca do salar – só dá pra ver a imensidão do lugar quando se cruza com um carro

Acordamos cedo, tomamos o taxi mais caro da nossa viagem até o terminal de ônibus e esperamos. A gente descobriu lá que a gente precisava pagar pelo uso do terminal (1,5 BOB/pessoa, o que é barato, mas a gente não sabia – sorte que a gente tinha dinheiro). O Angelo viu a cabine e decidiu perguntar, por via das dúvidas, e ainda bem que ele foi, senão a gente teria sido parado no ônibus. Era março e estava muito frio lá. Ficar esperando no frio foi horrível. As pessoas espertas e experientes estavam com cobertores, dormindo nas cadeiras. A gente não tinha nada além das 2 blusas cada, então ficamos lá congelando aos poucos.
Por sorte, não estava muito antes da hora de saída, e a gente ainda precisava usar o banheiro. Ele fica lá no fundo do terminal e é pago (1 BOB por pessoa). O feminino estava LOTADO (como sempre), e o papel higiênico é entregue quando você paga a taxa. Estava muito cheio, imundo e não tinha sabão (comum na Bolívia). A gente teve que lutar por um cubículo, porque as filas não so respeitadas.

Quando deu a hora, fomos para o ônibus. Era um ônibus de dois andares e a gente estava no andar superior. Sentamos (sem cintos de segurança, eles não existem) e nos acomodamos – nosso plano era dormir a viagem toda, mas… Nossa viagem de ônibus estava estimada em 4 horas.

uyuni kids bolivia

José e Coral estavam brigando nesse momento, mas mesmo assim, amo essa foto

A plateleira de bagagem estava meio solta e ficava batendo e fazendo barulho, os funcionários do ônibus conversavam muito alto e a droga do ônibus ficou parando de 3 em 3 minutos por mais de uma hora em todos os santos pontos de ônibus de La Paz chamando mais passageiros. Sério. Foi irritante. Além do mais, eles buzinam o tempo todo. Não dão nem 2 minutos entre buzinas. Aí tinha o nosso motorista buzinando e os motoristas de todos os outros carros, vans, ônibus e caminhões buzinando também.
Pra piorar, estava congelando lá dentro. Não sei porque eles ligam o maldito do ar condicionado, mas eles ligaram. No gelado.
Quando finalmente pararam de gritar ‘Oruro, Oruro’, eu consegui dormir um pouco. A Coral estava dormindo do meu lado, então eu consegui dormir por uns 20 minutos até eu acordar com o ônibus parado e uma galera de pé do meu lado.
Teve um acidente na estrada, fechando toda uma mão da rodovia e o motorista foi ser esperto e ir para a contra mão. Acontece que o ônibus é pesado, alto e atolou na parte gramada entre as duas vias. Quando eu acordei, a galera estava descendo do ônibus pra fazer um caminho de pedras pro ônibus voltar pra pista. Demoraram uma meia hora pra conseguir botar o troço na pista e, então, a pista já estava quase desbloqueada. Decidiram esperar ao invés de fazer mais graça.

oruro uyuni bolivia train

Essa foto foi tirada do trem, mas a viagem de ônibus teve umas paisagens incríveis também!

Só que, claro, não seria só isso.

Dois carros vieram e bateram no ‘nosso’ ônibus. Teve uma briga feia (com socos, chutes e muitos gritos incompreensíveis), e, enquanto a gente estava tentando entender o que tinha acontecido, a pista tinha sido liberada. O ônibus nem esperou a galera parar de brigar e foi embora. Não sei muito bem como as coisas funcionam por lá, mas pelo menos ninguém se machucou, que a gente viu.
Dormimos congelando por mais alguns minutos até que o ônibus parou de novo e um dos funcionários começou a gritar ‘Bloqueo, bloqueo!’. Eu não queria acreditar, mas a rodovia estava bloqueada por um protesto e nenhum ônibus podia passar. A gente perguntou, ele falou que a gente ia ter que cruzar o protesto a pé e se virar depois.
Não entendi muito bem, já que alguns carros e vans estavam passando aos poucos, mas não os caminhões e ônibus.
Pegamos nossas malas e começamos a andar pra Oruro. A gente estava preparado pra andar, ainda tínhamos umas 4 horas até a hora do trem, deveria dar.

roadblock bus oruro bolivia

Manifestações e protestos são comuns na Bolívia – planeje sua viagem com uma certa folga no horário

Por sorte, os taxistas da cidade, quando ficam sabendo dos protestos, vão correndo pra pegar os passageiros. A gente andou por 5 minutos até um taxi se oferecer pra gente. Ele cobrou caro, mas pelo menos a gente não ia ter que carregar as malas e andar por horas.
Foi uma viagem medonha, o motorista estava dirigindo muito rápido já que ele queria voltar pro local e pegar mais passageiros. Pareceu demorar eternamente (mas foram uns 15 minutos) até a estação de trem. Chegamos vivos.
Tinham se passado umas 4 horas desde que a gente tinha saído de La Paz, então a gente entendeu que eles contam todos esses incidentes como parte da viagem, senão teria demorado umas 2 horas.

A estação de trem de Oruro é pequena. Tem uma bilheteria, aonde a gente foi pra fazer o check-in, com cadeiras, mas tirando isso, não tinha nada. Nem um banheiro. Bom, tem, mas ele fica perto do trilho e não deixam a gente usar até a hora do embarque. Fora da estação, quase em frente, tem uma pracinha com algumas barracas de vendas e um banheiro público (pago). A gente estava cansado e com fome, então fomos procurar alguma coisa pra comer. Tem bastante barracas e restaurantes, então não é difícil. Só fica meio ruim com mochilas nas costas, no meio do trânsito caótico da Bolívia.

oruro uyuni kids train station

Esperando na estaço de Oruro – ainda tinha um longo caminho pela frente

A gente encontrou uma lanchonete com uma geladeira da Coca-Cola e entrou. Não tinha nada que a gente já conhecia e a garçonete não estava afim de explicar, então a gente pediu batata frita e Coca. Esse foi o tamanho do nosso desespero por uma Coca gelada. Mas a Coca veio em temperatura ambiente. Pedimos pra trocar, mas eles falaram que todas estão assim porque a geladeira está desligada. Deixaram o Angelo ir lá procurar uma menos quente, mas não melhorou muito. Tomamos assim mesmo.
As batatas estavam OK, a Coca, não muito, mas, bom, era o que tinha. A gente terminou e, menos cansados, decidiu andar um pouco. Ainda tinha bastante tempo pra hora do trem.
Não foi fácil, Oruro é cheia de pessoas e carros, mas a gente conseguiu. Fomos parar dentro de um galpão de lojinhas e andamos por lá. E aí, por causa da dificuldade, decidimos voltar pra estação e esperar. Ainda faltava uma hora.
Por sorte, apareceu uma tiazinha vendendo docinhos, então compramos uns M&Ms pras crianças e esperamos.

A espera foi tranquila até a gente ver um casal que estava com a gente no ônibus carregando umas sacolas de mercado. O Angelo, que não aguenta ficar parado, teve um siricotico e resolveu ir até o mercado. Chegou lá e eles tinham fechado pro almoço. Hahahahaha. Voltou sem comprar nada e a Coral não ficou feliz.

oruro train station uyuni kids

Hora do embarque! Adoro essas placas que mostram várias informações também!

O nosso trem da ida foi o Expreso del Sur, confortável e limpo. Não foi perfeito, porque passaram uns clipes de música por muito tempo – pareciam todas iguais. Quando acabou, finalmente, o cara trocou pelo filme Herança de Sangue, com o Mel Gibson. Muito sem noção, filme com uso de drogas, assassinatos, muito sangue, cadeias, e todas as coisas que a gente quer que as crianças conheçam. A gente falou pra eles jogarem no tablet, mas é claro que eles assistiram o filme todo.
Eu até tentei fazer com que eles fossem conhecer o banheiro (que é normal, a não ser o buraco que vai pro esgoto: tudo vai pro trilho), mas não quiseram.
Tiveram ainda outros filmes, mas não foram tão terríveis.

A viagem é incrível, apesar dos filmes. A paisagem é linda do começo ao fim, acho. A gente tinha combinado com o pessoal do hotel que a gente deveria descer em Colchani, então falamos com o pessoal do trem e eles se assustaram e assustaram a gente. Ficamos com medo e tentamos entrar em contato com as pessoas do hotel, mas o celular ficou sem sinal. O pessoal do trem foi atencioso demais, avisaram a gente 10 minutos antes de chegar em Colchani, perguntaram de novo se a gente tinha certeza, e nos ajudaram a descer do trem.

inside the train

As crianças adorando o conforto do trem da Expreso del Sur

Nosso carro estava esperando lá pela gente, e a gente entrou no carro quentinho aliviados.

O hotel

Ficamos no Hotel de Sal Sumaj Rijchariy e amamos! Ficamos um pouco receosos porque eles demoram mais de uma semana pra responder e-mails e as avaliações não eram boas no Booking.com, mas foi tudo perfeito. Eles tinham a nossa janta pronta pra gente, e como a gente era os únicos hóspedes aquela noite, tivemos toda a atenção. Ficamos com 2 quartos, um do lado do outro.

salt hotel uyuni bolivia

A recepção do hotel – tudo era mesmo feito de sal (tirando as coisas moles)

Os funcionários – todos – foram ótimos. Nos ajudaram sempre, foram educados, dedicados, e a gente se sentiu muito bem vindos. A internet era o único defeito. Só funcionava em alguns pontos (que não eram os quartos) e o Angelo teve que trabalhar no corredor. Eles colocaram um tapete quentinho, ligaram aquecedor e colocaram cadeiras pra ele.
A comida foi sempre maravilhosa. A gente só comeu comida boa por lá, acho que vale a pena ir só pela comida. Minhas crianças (minhas crianças enjoadas, quero dizer) ficavam felizes todas as vezes que a gente avisava que já era hora da comida. A truta frita foi a melhor que eu já comi na minha vida, e eu tenho comido muitas.

Só tivemos 3 dias lá, e eu queria ter ficado mais. Todos nós, aliás, incluindo as crianças.

Se você não espera uma internet boa, recomendo! Ela funciona de vez em quando, mas em geral, não funciona.

O passeio de um dia

Dormimos pesado e acordamos cedo para o passeio. Quando o guia chegou, a gente foi chamado e conhecemos o Nestor.
Ele nos levou primeiro ao cemitério de trens, que foi divertido, mas talvez não valha muito a pena. Ele nos falou que a gente se encontrava de novo em uns 20~25 minutos. Quando voltamos, ele estava lá esperando.

train cemetery uyuni

Um dos trens ‘mortos’. Tinha uns com umas pinturas super legais!

Paramos rapidinho no centro de Uyuni para comprar água e uns docinhos, e o Angelo comprou um chip de celular Entel, porque é a única companhia que tem sinal no Salar e a internet do hotel era impossível de usar.
Nossa próxima parada foi o Mercado de Artesanías de Colchani. Ficamos uma hora vagando, e foi bem divertido. Eu até comprei um chale de lã de alpaca por 120 BOBs (que foi super barato e a gente ainda teria conseguido baixar mais se tivesse barganhado, mas eu achei justo e paguei). Compramos uns cartões postais pra mandar pros nossos leitores também – para concorrer, é só se cadastrar aqui!
O Nestor perguntou se a gente viu a fábrica de sal e nos levou até lá. Fica em uma casinha atrás de umas lojas do mercado, e foi bem interessante. A gente viu como eles processam o sal, desde o bruto, recém chegado do Salar, até o ensacado. Compramos alguns pacotinhos de sal pequenos. Não é muito legal carregar, mas que delícia! Se o Nestor não tivesse nos mostrado, a gente não saberia aonde ficava, então vale perguntar.

Logo depois disso, fomos para o lugar mais incrível do mundo: o Salar.

salar uyuni bolivia

Na entrada do Salar, as lagoas de agua colorida e suas bolhas foram demais

Logo na entrada (não que tenha portões, mas sim aonde começa o Salar), tem umas partes com umas poças coloridas de água borbulhante – gelada, por mais incrível que pareça – e a gente já se maravilhou. Pegamos pedaços de sal nas mãos, amassamos, cheiramos (sim, somos estranhos). A água cheia a súlfur, ou peido.

Enquanto todo mundo se divertia, eu só queria ir logo ver o espelho.

Dirigimos, passamos pela parte seca do Salar, a parte aonde as pessoas tiram as fotos engraçadas. Nestor não parou. Ele disse pra gente continuar até o melhor lugar pra almoçar, então confiamos nele. Pouco a pouco, o sol começou a refletir no chão. E foi ficando mais e mais nítido, mais forte, mais bonito. Até que a gente perdeu todas as palavras. Estávamos no meio das nuvens, com nuvens acima e abaixo de nós.

Quando o Nestor finalmente parou o carro, eu pulei pra fora. Só queria estar ali.

uyuni bolivia salar

Quão incrível um lugar pode ser? Ainda não tenho palavras!

E aí tivemos uma surpresa: o chão é bem cheio de pontinhas dos cristais de sal. Eu imaginei uma coisa molinha, arenosa, e não aquelas agulhas perfurando a sola do pé. Doeu. Andamos um pouco assim mesmo, só nos apoiando na vontade, mas desistimos. Enquanto o Nestor estava preparando o almoço, ele também nos emprestou uns chinelos, que a gente dividiu felizes. A gente poderia ter usado nossos tênis, mas ainda bem que a gente tirou. Foi muita sujeira (de sal).
O hotel empresta botas, mas como eles não tinham tamanho infantil, a gente simplesmente não pegou. E porque eu tenho um pouco de nojo de usar o sapato alheio.
Comemos uma comida boliviana caseira deliciosa, feita pela irmã do Nestor, no meio do Salar. Ouvi de guias que levam cadeiras e mesas, mas o nosso não levou. As crianças comeram dentro do carro enquanto Nestor, Angelo e eu comemos de pé atrás do carro, conversando.

Valeu a pena ter os pés estilhaçados nos cristais de sal: melhor lugar do mundo pra comer!

salar uyuni bolivia kids

Eles estavam todos andando super engraçado tentando machucar os pés o mínimo possível nessa hora

Enquanto o Nestor arrumava tudo, a gente ficou tentando absorver o máximo daquela maravilha.
Até as crianças começarem a ficar cansadas, e a gente decidiu que era hora de continuar o passeio. Com lágrimas de dor nos pés e de deixar aquele lugar, mas…
E aí já era o caminho de volta. Foi triste, mas também foi hora das fotos ‘engraçadas’. Que, aliás, são muito difíceis de tirar. A gente não conseguiu tirar uma decente, e a gente tentou por uma hora. No final dessa hora, a Coral estava reclamando, recusando fotos, e a gente soube que o dia tinha acabado.

A gente pensou que a parte ‘seca’ do Salar era bem sequinha, mas não é. A gente acabou o passeio molhados e cheios de sal na roupa.

O lado bom é: em que outro lugar do mundo a gente poderia deitar e rolar no sal?

– Mas cuidado com os buracos, eles se formam por causa do gás liberado pelo vulcão. São fundos e machucam. O Angelo pisou em um por acidente e ficou com o joelho machucado por um mês. –

salar uyuni bolivia kids

Essa foi uma das únicas fotos que ficaram mais ou menos

A penúltima parada foi o primeiro hotel de sal, que hoje foi desativado. Foi uma ótima hora pra parada do banheiro, apesar de ter sido o papel higiênico mais caro da Bolívia (5 BOBs por pessoa, ou 25 pra nós), sem água corrente nem sabonete. Por sorte, a gente tinha água e álcool em gel.

Fora desse hotel, tinha montanhas de sal feitas pelos turistas, e a gente se divertiu nelas. As bandeiras dos países (a NZ tinha um adesivo colado em algum lugar bem discreto) também foram uma aula, e tinha uma estátua Dakar. Quando o Nestor falou que a gente podia ficar uns 50 minutos lá eu achei muito pra um xixi, mas não foi. A gente se divertiu lá.

Por último, fomos levados pra entrada do Salar de novo, e é aonde a gente veria o pôr do sol. Foi incrível. Da próxima vez, quando as crianças estiverem mais velhas, eu quero fazer de novo, mas dessa vez, vou fazer o tour de 4 dias, só pra ver as estrelas. Deve ser de outro mundo.

sunset salar uyuni bolivia

It was the most incredible sunset EVER

Expresso del Sur x Wara Wara del Sur

A gente foi pra Uyuni de Expresso del Sur e voltou de Wara Wara. O preço é parecido, mas o Wara Wara é um pouco mais barato. O lanche é exatamente o mesmo.
O Expresso del Sur estava mais limpo e organizado, além de mais novo.
Quando a gente entrou no Wara Wara, tinha gente nos nossos assentos, dormindo. A gente precisou chamar o cara pra organizar a bagaça e as pessoas saíram, mas deixaram cobertor e travesseiros usados. Apesar disso, o pessoal do Wara Wara também foi super atencioso. O carinha veio nos trazer travesseiros e cobertores limpos, nos perguntou se a gente precisava de alguma coisa, se estava tudo bem.

Apesar do trem ser menos confortável, a gente dormiu a viagem toda.

flags bolivia uyuni

As bandeiras do hotel de sal desativado

A volta para La Paz

Chegamos em Oruro de manhã, pegamos um taxi para a estação de ônibus (aliás, as estações de trem e de ônibus são bem longes uma da outra). Na hora de chegada dos trens, vários taxis aparecem na estação, não precisa se preocupar. A gente tomou um com um senhor bem velhinho, e o taxi estava tão acabado que a gente teve medo dele não chegar na estação. Chegou. Aliás, os taxis são todos bem baratos lá, como em toda a Bolívia. O único taxi caro que a gente pegou que foi muito caro foi o que nos levou pra rodoviária no começo da viagem (por causa do horário, de madrugada fica mais caro) e os que foram e voltaram do aeroporto. Tirando isso, não pagamos mais de 8 Bobs.

O ônibus da volta fazia o mesmo barulho irritante de prateleira solta, mas a viagem percorreu sem problemas. Estava bem quente dentro desse ônibus, chegamos em La Paz suando. Na ida, fomos congelando; na volta, derretendo.

E um taxi da estação pra casa, que também foi tranquilo, tirando a volta gigantesca que ele deu por causa de um desfile que estava ocorrendo no centro.

salar uyuni bolivia reflections

Essa parte marrom é toda sal também. Segundo o nosso guia, quando seca, fica tudo branco

Finalmente, as dicas para quem vai

– Use protetor solar. Reaplique durante o dia. É super importante, o sol reflete na água e no sal e queima muito. A gente aplicou de manhã, mas não foi o suficiente, claro. Acabamos todos queimados – com a marca dos óculos escuros e ficamos lindos…
– Também proteja os lábios, pescoço, mãos e todos os lugares que não vão ficar protegidos pela roupa. Nossos lábios ficaram todos rachados por uma semana.
– Se você não liga de usar as galochas que foram usadas por milhares de hóspedes antes de você, pegue emprestado no hotel. Se você não quer usar as botas do hotel, leve as suas. Se não estiver no inverno, chinelos funcionam perfeitamente. Dá pra andar descalço, mas dói.
– Use óculos de sol. Apesar da gente ter usado (menos a Melissa e o Angelo), nossos olhos ficaram bem sensíveis no dia seguinte ao passeio. Não consigo nem imaginar como a Melissa e o Angelo não ficaram cegos, porque estava muito, muito, muito claro.
– Leve uma sacola pra juntar o seu lixo e levar até o hotel. A gente viu garrafas de cerveja, de refrigerante, papéis de doces jogados no Salar. É de cortar o coração. Aproveita e recolhe o lixo dos outros, não custa nada.

train cemetery uyuni bolivia

Mais um dos trens do cemitério

– Use várias camadas de roupa, porque é frio de manhã, fica quente de tarde, mas quando o sol se põe, é congelante!
– Mais importante: aproveite. Deixe as crianças brincarem, não faça como nós e deixe que eles tirem as próprias fotos, inventem, e façam acontecer. Sério. Eles cansam, e criança cansada… Pffff….
– Procure uma agência conceituada: nosso carro estava bom, mas se o carro quebrasse no meio do nada, demoraria um tempão pra alguém te encontrar no meio do deserto. Pesquise.
– Proteja o seu equipamento fotográfico. Nossa câmera acabou cheia de sal, apesar da gente ter usado um tripé. Nossas mãos, roupas, bolsas, tudo ficou cheio de sal, então não tinha como manter a câmera limpa. Se tiver, use aquelas capas de água.
– Pegue pedaços de sal e veja os formatos, eles são incríveis! As formas são geométricas perfeitas, a gente ficou besta.
– Leve uma troca de roupa extra, porque a gente precisou e não teve. Não pro passeio, mas pra estadia, mesmo.

salt uyuni bolivia

Olha esse pedaço de sal que a gente tirou do chão! Incrível!

– O Salar fica a 3656 metros de altitude, então tome muito chá de coca e, preferencialmente, se aclimatize antes de ir. Nós ficamos em La Paz por uma semana.
– Apesar do ônibus ser muito mais barato e rápido, vá de trem! A vista é sensacional. Ah, e pegue a viagem diurna, porque na noturna não dá pra ver nada. Veja os horários aqui.
– Os banheiros dos ônibus são fechados e eles não deixam usar. Vá ao banheiro antes!
– Manifestações e protestos são comuns, então leve em conta na hora de fazer sua programação.

Quando visitar

Depende do que você quer fazer e ver. Eu queria ver o espelho e, por sorte, a gente estava lá em época de chuvas.

Pelo lado ruim, não chegamos nem perto da ilha de Incahuasi porque a água estava muito alta e não dava. Também não tinha os montões de sal porque a água da chuva destrói tudo. Também pode calhar de estar chovendo bem no dia do seu tour. O pior são as estradas que podem fechar por causa de desmoronamentos.

A época de chuva é entre dezembro e março, então, para se ver o espelho, é nessa época que se vai. A gente pegou 3 dias lindos, por sorte, mas com muita chuva nos dias anteriores. Claro que dá pra ver na temporada seca, mas aí você depende da sorte.

No inverno (maio~agosto), pode ficar bem frio, mas as estradas são mais seguras.

dakar uyuni bolivia

A estárua Dakar, o hotel, as bandeiras e os carros lá no fundo…

A gente escolheu ir de trem por causa da segurança – a gente não queria ir até o meio do caminho de ônibus e descobrir que não dava pra ir além, ficar no meio do caminho sem nada e perder hotel e tudo.

Ah, mas chove fora da época de chuvas também, e você pode pegar o espelho ou estradas bloqueadas em outras épocas, só é mais comum na época de chuvas.

Custo

Foram 3 dias caros. No total, pagamos mais de NZD 1500. Foram NZD 850 com hotel e comida, NZD 200 pelo passeio e NZD 450 pelo transporte de La Paz até Uyuni.
Foram 3 noites de hotel, 2 trens, 2 ônibus, e um monte de taxis no meio. A comida do hotel foi barata e deliciosa, então a gente não quis nem saber de outra comida enquanto esteve por lá.

salar uyuni bolivia kids

Essa é a ‘entrada’ do Salar. Os reflexos nas poucas poças já eram demais

Nosso tour foi com o Turismo Relampago, e o Nestor, apesar de parecer bem cansado e não conversar com a gente a não ser pra responder as nossas perguntas, estava sóbrio, dirigiu devagar e não ficou ouvindo música (raro). A comida do passeio também foi excelente, então foi um passeio bom. As avaliações deles na internet são horríveis, então, se for fazer um passeio mais longo, talvez o ideal seja procurar outra agência. Como a gente marcou pelo hotel, acabou sendo mais caro do que se a gente tivesse marcado direto (NZD 200 + gorjeta).

Pra terminar…

Valeu muito a pena! Eu faria de novo em um piscar de olhos!
A gente não se sentiu mal em Uyuni (apesar de voltar a passar mal em La Paz, por causa da altitude), o que foi ótimo! A comida e o artesanato é super barato.

A gente foi pra Uyuni só com uma mochila, com 3 trocas de roupas pra cada, o que foi um erro. A gente deveria ter levado pelo menos mais uma troca de roupa e uns chinelos. Foi OK, deu, mas a gente teve um dia sobrando e ficou com medo de ir pro Salar andando e acabar imundo e molhado e ter que voltar pra La PAz a viagem toda com a roupa dura de sal e molhada.

Mas a gente AMOU!

 

Já foi pro Salar? Diga o que acharam!

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  2. […] tempo na Bolívia incluiu visitas ao incrível Salar de Uyuni e às ruínas de Tiahuanaco (Tiwanaku). Nosso tempo em La Paz foi quase todo passado na cama […]

  3. […] ver o mundo tem sido uma experiência incrível. Visitar lugares como o Salar de Uyuni ou o Machu Picchu e até mesmo se apaixonar por outra cidade, Montevideu, foi simplesmente animal! […]

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