Mas… e a escola?
Essa é a primeira pergunta que a gente ouve quando fala que estamos viajando por tempo indeterminado. Se as pessoas não perguntam, elas ficam claramente desconfortáveis, achando que as crianças são coitadas negligenciadas e sem futuro.
Eu acredito firmemente que existam milhares de jeito de se aprender as coisas.
Noss histórico com educação
A gente está educando as crianças em casa desde que a Coral era bebê, então já têm 4 anos. A gente aplicou no Ministério da Educação da NZ 3 vezes pelo direito de educar nossas crianças em casa, uma por cada criança acima de 6 anos, que é a idade de escolaridade obrigatória aqui na NZ. Em todas as vezes a gente precisou apresentar um plano de educação de um ano, contendo os recursos que a gente usaria, os grupos de apoio, horários, socialização, passeios educacionais e várias outras coisas, feitos em particular para cada criança.
A gente começou para testar. Nos demos 6 meses de homeschooling para ver como funcionava. Os 6 meses viraram 1 ano. E aí a gente decidiu que a gente não voltaria pra escola.
Como a gente lida com a educação deles
Nossa metodologia mudou várias vezes ao longo dos anos. Tentamos inspirações diferentes (Waldorf, Montessori, Charlotte Mason, Estudos por tema, Unschooling) e, bem, a gente sempre voltava para o Unschooling. O que eu gosto mais da educação domiciliar é que a gente pode pegar o que interessa de cada metodologia e jogar fora o que não interessa. A gente não precisa ser nem um, nem outro.
No geral, somos unschoolers – e isso quer dizer que a gente não estuda como se estuda na escola. Nossas crianças são livres para aprender o que querem, quando querem. Eles podem ir super a fundo em um assunto e podem só raspar pelo outro. A gente não tem um currículo. A gente não tem horários. A gente nem os obriga a estudar.
O que a gente faz é dar a liberdade e a responsabilidade da educação deles para eles. A gente oferece as ferramentas, ensina a usar, conta histórias, lê para eles e com eles. A gente mostra coisas interessantes que acontecem pelo mundo. A gente conversa. Mais importante, a gente ouve e respeita. A gente aceita que eles são seres humanos completos e capazes de aprender, mesmo sem serem guiados, se eles quiserem.
Crianças que não vão pra escola são estranhas…
As minhas crianças sempre surpreendem as pessoas porque eles acreditam que uma criança que não é obrigada a estudar fica preguiçosa, não aprende, não faz nada.
As pessoas, no geral, não esperam que eles sejam crianças normais. Eles não são tímidos (tirando a Melissa, mas isso nasceu com ela), não são incapazes socialmente (na maioria das vezes). Eles saber ler, fazer contas, frações. Eles sabem os países, algumas capitais, o dinheiro que eles usam, as bandeiras. Eles sabem como usar ferramentas (desde calculadoras à furadeiras).
Eles sabem construir coisas (mesmo que não gostem), costurar, cozinhar, lavar roupa, limpar. Eles sabem como cuidar de crianças pequenas e animais. Eles sabem tocar um pouco de piano e flauta doce. Eles desenham, pintam e fazem artesanato. Eles têm amigos, vão brincar na casa deles e recebem os amigos em casa, vão à festas. Eles fazem cursos e workshops, como joalheria (de cobre e prata, mesmo), primeiros socorros, aquarela, cerâmica, teatro, dança, yoga, tae kwon do, natação, programação, robótica.
Eles amam jogos e Youtube. Eles sabem como procurar na internet o que eles querem. Eles são capazes de cortar pela metade, dobrar e triplicar uma receita. Eles lêem e escrevem em duas línguas fluentemente. Eles pulam corda, nadam, correm, dançam, dão cambalhotas, plantam bananeira, dançam. Eles brigam, gritam e choram. São exatamente como as outras crianças.
Eles só não fazem essas coisas na escola.
Se você quer saber mais sobre unschooling, você pode começar por John Holt e Pam Laricchia e a brasileira Ana Thomaz, minha musa inspiradora.
Você tem alguma dúvida? Eu adoraria saber suas dúvidas e preocupações a respeito disso! Para ver o que mais a gente já falou sobre o assunto, clique aqui!
Eles não tem curiosidade de conhecer um ambiente escolar?
Os dois mais velhos foram pra escola. A Mel foi até a quarta série, João até a segunda. O Zé fazia o pré uma vez por semana. Eles também foram a grupos de estudo 2, 3 vezes por semana, mas nunca pegaram gosto pela coisa. A gente pergunta umas 3, 4 vezes por ano se eles querem voltar pra escola e a resposta é sempre ‘não’. A gente ainda está indeciso sobre o que faz, com a Mel chegando na idade do colegial e tudo. Mas por ela, ela não voltaria pra escola.
Nossa, que sincronicidade… Você e a Lucy escrevendo sobre o mesmo tema: http://lulastic.co.uk/unschooling/unschooling-7-things-need-to-know/ 😀 Beijos em todos!