Como voltar à vida normal depois de uma viagem longa
Passamos mais de 2 anos viajando pelo mundo. Com crianças. Com 4 filhos. Como estávamos cansados… A ideia de voltar pra casa, fazer nada a semana toda, quem sabe o mês inteiro, era tentadora. Mas como a gente estava errado. Como a gente era inocente, ingênuo.
Agora, 3 meses depois de voltar pra casa, e com a ajuda de alguns amigos, encontramos algumas ideias para nos ajustas à vida normal depois de uma viagem longa.
Como é a vida depois da viagem para as crianças
Foi difícil fazer com que eles trocassem de roupa, imagina ainda sair de casa. Eles passaram dois meses dentro do quarto. A gente estava cansado de ficar grudado o tempo todo, sim, mas chegou a dar saudades. De verdade.
Achei que eles estavam tão felizes e realizados nos seus quartos, na sua casa, com uma internet boa e estável, e até um gato. Ou dois.
Mas eles estavam e não estavam. Eles estavam cansados, isso sim, mas sentiam falta da comida, da sensação de tudo ser novo, diferente. Eles estavam adorando fazer seus próprios móveis, brincar com os gatos, comer coisas que eles sabiam o que eram. Estava difícil até para eles.
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Eu pegava (ainda pego) eles soltando palavras em espanhol, japonês, francês. Com sotaque britânico, canadense, escocês. Querendo um dim sum, ou um ramen, ou arroz com feijão, ou aquele refrigerante rosa da Colômbia.
Por sorte, a gente faz homeschool. Isso quer dizer que eles não precisaram se ajustar à escola também.
Voltar a ter uma rotina
Uma coisa que ajudou um pouco foi criar uma rotina. Eu peço pra eles fazerem o calendário semanal deles, com 3~4 coisas que eles querem fazer todos os dias da semana.
Precisa ter uma coisa nova, um pouco de exercício, algum aprendizado, socialização, um desafio, alguma coisa pra casa. E encher todo o resto de coisas que eles gostam.
Fazer aulas também têm ajudado. Eles estão se divertindo com arco e flecha, natação e aulas de japonês.
E uma vez por semana, saímos para comer. É o dia para fazer coisas que eles gostam, como assistir Netflix, fazer bolo, conversar com os amigos.
Nos finais de semana, a gente faz as compras da casa e tenta brincar de turista na cidade que escolhemos para morar, pra tentar dar uma viajada sem viajar.
Assim, eles sabem mais ou menos o que esperar, o nível de estresse baixa, e conseguimos manter uma vida ainda excitante para eles.
Voltar para casa depois de uma viagem longa, versão dos adultos
A gente estava cansado. Todo dia era marcar coisa, reservar casa, pesquisar passagem, hospedagem, atividades, aluguéis, carros, trens, ônibus. A gente queria muito uma folga.
Agora, nesse momento, o que tem nos ajudado é fazer exatamente isso. Estamos adorando fazer tudo o que fazíamos antes, planejando nossas próximas viagens!
Também passamos bastante tempo planejando o que vamos fazer com a casa, aonde vamos plantar essa ou aquela árvore, como vamos refazer a varanda, se colocamos essa ou aquela foto na parede.
MAS o melhor de tudo isso é dormir em um colchão bom com travesseiros bons.
Nossa, não posso esquecer de como é incrível cozinhar com uma faca afiada! É sempre um momento de alegria na nossa vida doméstica.
E, claro, outro bônus é não ter que ficar horas esperando pelo vôo ou coisa assim todo santo mês. Ou semana.
Como é estar de volta em casa para nós, como pais
Eu estava com muita dificuldade pra me adaptar à… não ter as crianças comigo o tempo todo.
Enquanto a gente estava viajando, a gente estava SEMPRE junto. A gente dividia o mesmo quarto de hotel por dias e dias.
E, do nada, eles desapareceram. Estavam livres, no território deles. Eles queriam ir pra casa dos amigos, dormir na casa dos outros, passear de bicicleta sozinhos e passaram dias (inteiros) dentro do quarto.
A gente comia juntos, eles cozinham, eles passam aspirador, a gente vê filmes juntos. Mas tirando isso (e as 2~3 horas que isso demora), os pais ficaram sozinhos.
Já temos uma boa ideia de como o nosso ninho vazio vai ser.
Agora, estamos todos mais acostumados e passamos mais tempo juntos. Não todo o tempo. Começamos a apreciar o tempo que temos sozinhos todas as noites, as conversas que temos sem interrupções. E a gente aproveita o tempo que tem com os filhos sabendo que, se a gente quiser, pode sair de perto.
O melhor jeito de se acostumar à vida real depois de viajar por muito tempo
Arrume um bichinho. Sério.
A gente encontrou nas gatas uma razão para não querer viajar. Elas fazem o nosso dia-a-dia mais divertido e novo.
Mas não compre um ou adote sem ter um plano, sem pensar. Viajantes serão viajantes, e eu aposto que você vai continuar viajando. Pode ser que seja por menos tempo, ou que sejam viagens mais curtas, mas ainda são viagens.
Pense nisso. Pense no que você vai ter que fazer. Nos custos – do canil, do gatil, de alguém pra cuidar deles enquanto você está longe. Ou mesmo nas coisas normais, como veterinário, vacinas, vermífugos, antipulgas, comida, brinquedos, etc.
Se decidir que, sim, é para você, adote! Adote um bichinho. Não compre, eles não são mercadoria.
Como é a vida depois que se volta de uma viagem
Não é simples, não é fácil. Vimos que é mais ou menos quando se muda de país. Tem muito a ser feito, muito a se acostumar, uma nova vida, mesmo. Mas com um pouco de familiaridade. A gente não precisa, por exemplo, pegar qualquer cereal – a gente sabe quais a gente gosta e quais não. Samos qual tomate é mais doce, aonde ir quando se precisa disso ou daquilo.
É difícil desfazer as malas e ver como a gente precisa de tão pouco, mas tem tanto. E mais difícil ainda é não comprar isso ou aquilo só porque se tem espaço. Mas é extremamente liberador saber que, se a gente precisar, sabe exatamente o que pode ser deixado para trás.
Temos dias em que ficamos bem tristes achando que a vida ‘normal’ é uma droga. Quando chove, ou quando estamos tão ocupados com as coisas do dia-a-dia (como limpeza), quando os vizinhos estão fazendo muito barulho ou jogando lixo na rua, ou quando a vontade de viajar bate e a gente não pode porque tem a casa, as gatas, as consultas, as aulas das crianças.
Mas a gente tem bons dias, passados na praia, ou brincando na sala com as gatas. Quando cozinhamos juntos ou quando as crianças me contam alguma coisa enquanto eu cozinho, e assistimos um filme comendo. Ou quando a gente passa o dia em paz, cada um na sua, nessa casa que, finalmente, parece um lar.
Vai ter seus altos e baixos, como qualquer vida. Só são um pouco diferentes de quem tem uma vida normal. É essa a realidade de voltar para casa depois de uma viagem longa para nós.
Abaixo, bloggers contam o melhor jeito de voltar à vida real depois de uma viagem épica
Encontre uma vida nova
É isso o que a Jenny, do TraveLynn Family diz:
Acabamos de voltar para o Reino Unido depois de um ano morando na Índia, e quatro meses viajando pela África Sub-Sahariana, com nossos dois filhos (3 e 4 anos). Eu estaria mentindo se dissesse que não estava nervosa com a volta. Eu amo o Reino Unido, mas viajar de transforma e eu estava preocupada em como a gente se adaptaria.
Mas voltamos há 6 semanas, e não poderíamos estar mais felizes! Minha dica é para você não voltar à sua vida antiga. Encontre uma nova aventura no seu país e faça acontecer. A gente não voltou para o nosso condado de Kent, mas construímos uma nova vida no Parque Nacional de Peak District. Encontramos uma casa fofa para alugar, meu marido encontrou um trabalho novo, e nós encontramos uma escolinha pequenininha no final da rua para os meninos.
É um salto no escuro, mas tem nos mantido excitados com novas experiências depois das nossas aventuras pela Ásia e África. Mesmo assim, vontinuamos planejando algumas viagens para os próximos meses!
Viaje para perto, claro!
É isso o que a Danni, do Live in 10 Countries, tem para dizer:
Voltar para casa depois de uma viagem longa parece com aquela batida no final de uma montanha russa. ‘É só isso?’ foi o que eu pensei quando decidi escutar aos apelos dos meus pais para descansar, juntar dinheiro para uma casa e voltar para o meu país de origem. Eu estive vivendo em muitos países nos últimos 7 anos e parecia que eu ia perder muito.
O sentimento de perda é completamente compreensível, mas porque a gente acha que nossa cidade, nosso Estado, ou mesmo o nosso país não merece ser explorado, que não é incrível o suficiente? Eu decidi mudar isso fazendo viagens curtas maravilhosas.
Todo final de semana, eu me afogava em mapas, fazendo planos que nunca envolveram cruzar uma fronteira. De viagens de carro pela costa à atrações turísticas que a gente nunca consegue ir ver, eu comecei a me sentir mais e mais ansiosa pelas viagens em casa. Recomendo para todos!
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Para mim, o único jeito de curar a tristeza de voltar para casa é se jogar em viagens locais baratas. Abre um navegador e veja o que você está perdendo!
Encontre uma meta
A Lisanne, do Chapter Travel, acha que é o melhor jeito:
Meu namorado e eu viajamos juntos por 18 meses pela Austrália e Ásia antes de voltar para casa para os Países Baixos. Por sorte, não foi tão difícil voltar quanto eu tinha imaginado. Existem muitas razões pelas quais não foi tão complicado para mim, e as duas mais importantes são que, antes de voltar para casa, eu criei uma meta e uma rotina para mim.
Tem que existir uma razão para a gente se levantar todas as manhãs. É para isso que a meta existe. Ter uma meta de vida é sempre importante, seja em casa ou em uma viagem. Então, te aconselho a encontrar pelo menos 2 metas durante as suas viagens, para serem trabalhadas em casa. Seja realista e encontre metas que sejam manejáveis, para que você não perca a motivação logo no começo.
Quando você conquistar sua meta, encontre mais duas. E assim vai.
Uma rotina, ou pelo menos uma rotina matinal, é muito útil quando se está voltando para casa. Você, muito provavelmente, não tem uma rotina enquanto viaja, já que a maioria dos viajantes não se importa com os horários e faz o que dá na telha. É legal, mas quando se volta pra casa, a gente acaba perdendo o controle. Então, coloque uma rotina na sua vida e tome um banho, se vista, tome um café da manhã quando acordar.
Se jogue nos scrapbooks!
É o que a Jill, do AdventureJ.ca faz!
Voltar pra casa de uma viagem incrível traz uma tristeza e sempre me deixa deprimida. Só de pensar em voltar pra uma rotina normal me joga em uma sensação de falta de viagem enquanto eu me adapto à vida diária.
Um jeito que eu encontrei de acabar com essa depressão é criando um scrapbook da minha viagem. Pode ser online ou no papel. De qualquer jeito, me deixa reviver minha viagem e absorver todas as coisas que eu fiz e vi inteiramente. Eu sempre incluo as passagens aéreas, de trens e moedas do país que eu visitei para dar um ar autêntico. Também escrevo uma frase ou outra sobre cada foto, assim eu lembro de todos os detalhes mesmo com o passar dos anos. De vez em quando, até compro o livro que vou usar no país que estou visitando!
Não só criar o scrap book me envolve em um projeto relacionado à viagens, mas me dá uma lembrancinha única que vai durar a vida toda. Meus scrapbooks são as minhas preciosidades. Com os anos, se eu começo a sentir vontade de viajar, só pego um livro e revivo minha aventura.
Mantenha sua viagem viva com as Mídias Sociais
Como Priyanko, do Constant Traveller, faz!
Nos últimos 5 anos, tenho seguido uma rotina. Eu trabalho de outubro à julho e viajo para alguma parte do mundo entre agosto e setembro. Ano passado, por exemplo, fiquei mais de 6 semanas viajando pela espanha, Portugal, Azores, e Ilhas Canárias. É difícil se adaptar a uma rotina normal depois de uma viagem dessas, mas, por sorte, existem as mídias sociais para ajudar. Tenho postado uma foto por dia das minhas viagens pelos últimos 2 meses no Instagram. Também ajudo pessoas no Quora a encontrar um itinerário decente e fazendo avaliações de hotéis e atividades no Tripadvisor.
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Minha próxima aventura é a mais louca que consegui inventar até agora. Estou planejando viajar pelas Américas do Sul e Central por um ano em 2020. Enquanto eu fico parado juntando o dinheiro para essa viagem, volto no tempo compartilhando minhas fotos e dicas enquanto pesquiso minha viagem mostro.
Parece que tem ajudado e eu recomendo que você tente também. Mantenha suas memórias vivas e sempre, sempre, fique de olho na próxima aventura.
Comece um blog de viagem
Como a Elisa do World in Paris:
Depois de um ano viajando o mundo e visitando locais incríveis todos os dias, não preciso nem dizer que voltar a viver em Paris foi difícil, muito difícil. É verdade que Paris, a Cidade das Luzes, é um lugar excelente para se viver. Mesmo assim, foi chato voltar para a rotina parisiense metró – boulot – dodó (=metrô – trabalho -dormir), trabalhando no mesmo lugar com as mesmas pessoas, 8 horas por dia.
Foi aí que decidi usar meu tempo livre para ir explorar minha própria cidade, procurando por coisas diferentes e esquisitas para ver e fazer, e contar tudo isso no meu blog de viagens. Foi assim que nasceu o World in Paris há 2 anos! E o que começou com um tipo de terapia por falta de viagem acabou virando a fonte de inspiração para quem quer viajar como um local por Paris. Porque o mundo é lindo, mas no final, Paris é sempre uma boa ideia 🙂
Use seus finais de semana sabiamente
É como a Ruby, do A Journey We Love, faz:
Como uma expatriada, e tendo vivido em Londres e nos EUA, foi difícil voltar à vida normal quando eu estava vivendo essa vida, aproveitando cada minuto dela. Então, para manter minha vontade de viajar sob controle, como eu fiz para deixar minha vida mais normal?
- viajava nos finais de semana: mesmo quando eu estava trabalhando, ainda podia usar finais de semanas e feriados para explorar uma parte do mundo que eu não poderia se estivesse vivendo em casa. Agora, tenho sempre alguma coisa para me deixar ansiosa pelos finais de semana!
- planejo minha semana de acordo: se eu quero ter uma vida ‘normal’, deixava para os dias da semana. Fazia todos os trabalhos domésticos, compras, limpezas, tudo o que podia durante a semana. Isso deixava meus dias mais estruturados para quando o trabalho acabava.
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Agora, você pode estar pensando se eu viajava todos os finais de semana. Não. Uso alguns para:
- Explorar a cidade em que moro. Pode ter várias coisas que você não conhece.
- Ver seriados, filmes, fazer compras, ou ficar em casa. Você precisa descansar e tudo bem fazer nada e dormir. Não dá para viajar ou trabalhar o tempo todo. Não tem problema relaxar um pouco!
Quanto maior sua rotina, mais fácil é voltar à sua ‘vida normal’.
Entenda sobre o choque cultural reverso
Nas palavras da Letícia, do I am Happee:
Se você é uma daquelas pessoas que sofrem de um desejo incurável de viajar, voltar para cassa após um período prolongado fora pode ser difícil, e você pode se sentir deslocado, como se não pertencesse mais àquele lugar. Felizmente você não está sozinho. Eu e outras pessoas na mesma situação também já passamos por isso. Ler sobre o assunto vai te fazer perceber que é um processo comum, chamado “choque cultural reverso. Entender que é um efeito psicológico comum vai te ensinar a lidar com isso, tornar o processo mais suave e amenizar o fardo de voltar para casa.
Há diversos estudos e artigos sobre o choque cultural, que o documentam geralmente em 5 etapas com nomes variáveis, geralmente: lua-de-mel, rejeição, aceitação, integração e choque cultural reverso. No estágio da lua-de-mel, tudo é lindo e você ama o novo país. Então, você começa a notar diferenças culturas estranhas e coisas desagradáveis sobre o novo lugar, que pode causar frustração e ansiedade. E aí, aos poucos, você começa a aceitar e acaba se integrando à nova cultura.
Da mesma forma, voltar para casa é considerado um choque cultural reverso: você pode perceber que nada mudou, as pessoas estão iguais, mas você é uma pessoa totalmente diferente. Os antigos problemas do seu país te irritam, e você quer viajar de novo. É um processo normal que acontece após morar no exterior, então leia sobre o assunto, permita-se ter tempo para lidar com isso e lembre-se das coisas que sentia falta em seu país.
Assista filmes relacionados à viagem
Como a Inma, do A World to Travel, faz:
Manter a vontade de viajar sob controle entre as viagens é tudo menos fácil. Contudo, depois de fazer isso uma dezena, se não centena, de vezes (é sério, eu viajo desde adolescente e uma vez a cada 2 meses), encontrei duas coisas que me ajudam à voltar ao normal sem viajar por um tempo sem problemas.
Elas são planejar outras viagens, o que não é uma surpresa e quase todo mundo que gosta de viajar faz; e assistir a filmes de viagem. Ler livros ajuda também, mas como eu sou uma pessoa visual, os filmes são minha droga e não posso deixar de assistir um por dia. Aqui estão os meus 10 filmes favoritos.
- Lost in translation
- Wild
- Tracks
- Samsara
- The motorcycle diaries
- Y tu mamá también
- Baraka
- Up in the air
- Out of Africa
- Life of Pi
Faça das viagens um hábito
Como o Jonathan, do Journey Maxx:
Todos nós viajamos diferente. Viagens curtas ou viagens nômades longas. Mas todas são ligadas por uma coisa, o senso de aventura, descoberta, curiosidade. Quando você volta pra casa, vai precisar descansar e relaxar um pouco.
Mas aí, uma ou duas semanas depois, eu não sei você, mas meu nível de energia vai ladeira abaixo. E com isso, perco meu senso de aventura. Claro, eu posso continuar lendo sobre um destino antecipando viagens futuras.
Mas quanto mais eu me enfio no mundo dos sonhos, mais longe da realidade eu fico. Sim, é legal me entreter vendo filmes e séries, mas muito tempo de preguiça e falta de exploração acaba se tornando um hábito ruim.
A adrenalina da aventura é substituída por apatia. O melhor que eu posso fazer parece ser jogar uma bola de tênis contra a parede.
Então, como eu me previno de entrar nesse espiral de hábitos ruins? Como posso manter minha pessoa viajante inteira mesmo quando não estou viajando? Bom, se tem um tempo grande até minha próxima viagem, minha sugestão é manter seu espírito de aventura vivo fazendo viagens curtas na sua área. Não precisa ser nada longe. Certamente em Londres, aqui do lado, tenho opções demais, mas quando isso parece demais, tenho várias opções de trilhas na natureza e caminhadas por perto. Nada absurdo, só sair de casa pra explorar os cenários.
E, de vez em quando, você vai se surpreender tanto quanto eu, quando redescobri um antigo vilarejo romano.
Uma rotina de exercícios regulares é bom para a saúde e o bem estar. Mantenha sua endorfina em alta se exercitando toda semana.
Em resumo, como alguém que acredita em rotinas e rituais, a resposta é manter os hábitos de viagens, pelo menos psicologicamente, para que seu espírito de aventura não suma quando você não está viajando. Uma dose regular me previne de me atolar e me deixa melhor preparado para a próxima viagem.
E assim, a falta de viagens deixa de ser problema. Ah, para deixar claro, eu estou falando de uma caminhada, uma trilha, ou mesmo uma ida a um museu, mas não o mercado.
Priorize
É o que o James, do Portugalist Travel Blog, faz:
Voltar à vida ‘normal’ depois de um período extenso viajando não é fácil. Seja procurando emprego, revendo amigos e família, entrando em uma academia, encontrando uma casa, parece que a lista do que fazer não acaba.
É fácil se sentir perdido com todas as coisas que precisam ser feitas, ou se estressar tentando fazer tudo o mais rápido possível. Nem tudo precisa ser feito imediatamente, e você vai descobrir que o processo é muito mais simpes se você espaça suas tarefas por dias ou até semanas.
Comece fazendo uma lista de tudo o que precisa ser feito, arrume em ordem de importância, e imagine quanto tempo cada uma leva. Assim, você não vai se atolar em muitas tarefas logo no começo. Faça um calendário diário com todas as coisas, os horários.
Planejar leva tempo, mas vale a pena. Vai te manter focado nas coisas importantes e, ter um plano de ação quer dizer que você vai ficar muito menos aborrecido com tudo.
Escreva sobre as suas memórias
A Andrea, do Our World to Wander, diz:
Voltar pra casa depois de viajar não é fácil. Você vai precisar de adaptar à ideia de que você está em casa e não viajando. Meu marido e eu viajamos por um ano antes de voltar pra casa. Foi uma experiência fantástica, e a gente quer fazer de novo.
Quando voltamos, estávamos felizes de voltar para as nossas famílias e pessoas amadas, de dividir com eles as muitas histórias que juntamos e mostrar nossas fotos. Mas depois de um tempo, a realidade começou a bater na porta e veio aquela vontade de viajar. Viajar por duas semanas ou um final de semana não se compara à sensação de estar na estrada direto. Então, precisei encontrar alguma coisa para matar minha vontade.
Foi aí que percebi que escrever sobre as viagens me faz sentir bem. Seja no meu blog, no meu diário, eu escrevo algumas vezes por semana para tentar reviver as memórias. Parece tão legal reviver esses momentos. E outra coisa que me ajudou foi manter as amizades conquistadas durante as viagens. Fizemos muitos amigos, locais e outros viajantes, e manter o contato com eles é reconfortante.
Mas sim, a vontade de viajar está viva. Não importa o que eu faça, eu sinto.
Mantenha-se no presente, foque, e mantenha suas memórias vivas
Veja o que a Cate, do Small Planet Studio, diz:
Depois de viajar, tem 3 coisas que me ajudam a re-entrar e reajustar mais facilmente. Primeiro, eu desenvolvo uma rotina diária que inclui exercícios, comer bem, sair de casa e (re)conectar com pessoas importantes para mim.
Fazendo isso, eu me mantenho presente e me sinto indo em frente (porque voltar pra casa parece, muito, ir pra trás). Também me ajuda a não cair no buraco da saudade, aonde eu fico desejando estar em algum outro lugar.
A segunda coisa é que eu deixo intencionalmente momentos e espaços na minha vida para refletir sobre meu tempo viajando, sobre como as viagens me transformaram, em quem eu sou AGORA, e no que eu quero em seguida (até criei um livro, o The Re-entry Roadmap – para ajudar quem está voltando das viagens a refletir sobre esses tópicos).
Assim que eu chego em casa, sinto falta de estar rodeada por novas culturas, comidas, e pessoas, então a terceira coisa que eu faço é integrar as coisas que me fazem sentir global, como encontrar outros viajantes, recriar minhas comidas favoritas dos países que visitei, e planejar minha próxima viagem.
Proteja suas Memórias
Do Danny, do Coddiwomp:
Toda vez que eu volto de viagem, fico triste. Nunca é fácil.
Uma das coisas mais difíceis é a correnteza de perguntas idênticas que aparecem sempre que você encontra alguém. De alguma maneira, responder a essas perguntas milhares de vezes tira todo o brilho das memórias.
Interessante que tem um método de tratar o STPT que pede para a pessoa recontar o trauma deles repetidamente. Com o tempo, eles param se separam do impacto emocional da experiência. É o que acontece comigo quando respondo às perguntas sobre as viagens.
Então, tento não falar muito. Crio falas e respostas prontas para responder às perguntas, mas sem revelar muito sobre as experiências mais pessoais. Não quero me separar das minhas memórias. Essas memórias me dão energia para voltar à vida normal, e são tudo o que me resta da experiência. Eu as considero preciosas e devo, a mim mesmo, protegê-las.
‘Coma’ suas viagens
É o que sugerem a Elaine e o Dave, do Show Them The Globe:
A liberdade, a exploração, a aventura… pode ser difícil voltar à vida real e à rotina depois de uma super viagem. Para nós, comer e beber são os tônicos perfeitos para aliviar as saudades das viagens.
Conforme viajamos, nos apaixonamos pela cozinha e pelos coquetéis do mundo: A cidade do México reafirmou nossa obsessão por comida mexicana; a Etiópia nos deixa salivando por um wat apimentado sobre uma porção de injera; o Japão nos deu uma adoração por sushi e ramen e o Rio dos mostrou que fica difícil andar reto depois de 3 caipirinhas.
Quando a gente volta das nossas aventuras, cozinhamos um banquete internacional e fazemos uns coquetéis. Também adoramos marcar um dos restaurantes deliciosos da cidade para reviver velhas aventuras e brindas às novas!
Para terminar…
Espero que esse post tenha ajudado. Eu vou aplicar várias ideias dessas na nossa vida aqui para ajudar sempre!
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